31 de janeiro de 2008

Sonhei?





Ao meu lado apareceste retirando o lençol que me tapava,

nua me viste e esperei. Aninhaste-te no meu colo

e em noite de lua nova, o escuro dominava.

A luz não interessava, porque sei a tua geografia de cor,

o espaço que ocupas no meu corpo,

por cima, por trás e de lado.

Percorri o teu mapa, beijando, lambendo, chupando

e quando finalmente fui inundada acordei.

Esta noite contigo sonhei?

Mas o peso do teu corpo, que em mim ainda estava,

o que entre as coxas ainda sentia,

o mel que por mim escorria…

Virei-me de lado, e ainda ali estavas.

Viraste-me o corpo e devagar, devagarinho

por ali entraste, primeiro as mãos,

depois, violentamente, o corpo todo.

29 de janeiro de 2008

Banho II



Carol Carter


A espuma espalhou-se pelos nossos corpos

que se encontraram debaixo de água.

Da água fizemos cama, deitando-me em cima de ti.

Mãos escorregadias, que todo o corpo me exploraram,

com cuidado, conscientemente intensas,

pelo meu peito, pelo ventre, passearam

entrando por mim, repentinamente.

Cavalguei-te com fúria pelo que me pareceu uma noite inteira.

Extenuada, mas sempre desejosa, recomeçámos,

pernas enroladas, divinamente inter-ligados

pela milésima vez , nessa noite inteira

reencontrámo-nos em pleno universo

21 de janeiro de 2008

Um olhar...


O bar agitado de vozes, vozes distantes que mal oiço,

o piano ao fundo, cantando solitário, embala-me o pensamento

embrulhado no fumo do cigarro.


Levanto-me para ir ao toilette, a porta trancada faz-me esperar no hall,

a porta do lado masculino abre-se para meu embaraço,

afasto-me ligeiramente e quando o fito vejo uns olhos negros, profundos,

fica parado a olhar-me, admirando-me ostensivamente...

...Quer aproveitar...? hesito ...Fico a guardar-lhe a porta... sugere.

Esgueiro-me por debaixo do seu braço e pela porta entreaberta,

entro no reservado e fecho a porta.


Quando saio vejo-o encostado na porta,
silencioso... sorrio,

dirijo-me ao lavabo e olho-o pelo espelho,
aqueles olhos negros... humm

enquanto lavo as mãos sinto-o aproximar-se,
as suas mãos tocam-me suavemente,

depois começam a percorrer-me, fortes, intensas,

os olhos parecem faíscar,
a boca percorre-me a nuca, o pescoço...

As suas mãos, agora possantes,
dobram-me sobre o lavatório, levantam-me o vestido...

sinto-as percorrer o calor húmido do meu sexo,

no espelho apenas vislumbro os olhos negros,
enormes, brilhantes,

... sinto-o entrar em mim, quente, vibrante...
deixo-me ir...

Ahhhhhh


Enxugo as mãos num papel enquanto me compõe o vestido,

abre a porta, espreita o hall vazio e faz-me um sinal para sair,

uma vez mais esgueiro-me por debaixo do seu braço, agora para sair...

já do lado de fora, viro-me e dou-lhe um beijo nos lábios rosados...

Merci...

19 de janeiro de 2008

O Vestido



Eider Astrain


….os beijos não paravam, saudosos que estavam.

Rodou por trás, para o vestido lhe abrir

Devagar, desfrutando de cada centímetro

ia-lhe beijando a nuca, mordendo os ombros,

lambendo a coluna.

Vestido já todo aberto,

pelo seu ventre as mãos avançando

dedilhando sua vulva, depilada e nua.

Ela encostou-se mais, nele se roçando,

ao som de ondas de prazer que pelo corpo lhe corriam,

o seu rabo dançando, esfregando…

dobrou-a sobre a cama,

de pé, por trás, penetrou-a não aguentando.

16 de janeiro de 2008

Visita




Estava deitada, lembrando-me ti, quando sem esperar

apareceste sentado ao fundo da cama,

olhando para mim, enquanto me vias afagando-me.

Ansioso, desejoso, nada fazias senão olhar.

Devagar arrastaste-te pela cama, prendeste-me a mão.

Então a tua, mestre, dedilhando-me

faz que gema, abro mais as coxas, chamando por ti.

O prazer, pelo meu corpo ondulando ,

espraiou-se para o teu.

Desfizeste-te em mim e eu em ti,

inundando-me de espuma….acordei.

15 de janeiro de 2008


























Sempre gostei de te ver de coração nu...


Gosto de te ver a alma...


já te disse que tens uma alma linda...?


Gosto do que vejo quando olho para dentro de ti...


por isso lhe chamo linda!




Mas, se há momentos em que me apetece tocar-te a alma...


outros há em que não te reconheço...


Momentos em que me apetece abraçar-te e beijar-te os olhos...


e outros em que não sei quem és...




Momentos, sempre momentos...


Uma vida feita de momentos...


Uns em que Loulou ri feliz...


E outros em que chora sem porquê...


Momentos em que os olhos brilham, cantando canções,


E outros em que buscam as pedras do chão, para se perder...




E assim se perdeu meu olhar, divagando...


buscando o teu, sem o encontrar.


E assim fiquei eu, Loulou de olhos perdidos


buscando um outro olhar, da cor do mar...

13 de janeiro de 2008

Dia de Festa



tirado do google


Se hoje fosse dia de festa,

não seria por certo dia

de te falar das minhas nostalgias.

Pôr-me-ia à janela contemplando

o nosso rio, que vaza tão docemente,

como por vezes meu amor é.

Mas quando enche, como a maré,

transbordando para as margens,

inundando tão apaixonadamente

a terra, o mar, o céu e o Sol,

como por vezes meu amor é,

por certo de mim te lembrarias

quando à janela contemplar fosses

e os visses reflectidos

nesse rio que só nosso é.

11 de janeiro de 2008

Elevador







Esmagaste-me contra a parede do elevador

Com o teu corpo, ainda ele ia cheio,

As tuas mãos apoiadas à parede

O beijo que me deste no ombro despido

ficou marcado do calor da tua boca

e a minha pele eriçou-se em ondas de prazer.

Continuaste até ao fundo do decote

E daí passeaste pela minha garganta

Até à boca chegares.

Acariciavas-me com a perna, enquanto te afagava…

Quando saiu o último, rápidas as tuas mãos

a saia me levantaram…

Restou a vida, que pelas pernas me escorria.

10 de janeiro de 2008

Dispo-me...



Dispo-me...
hoje dispo-me de roupas e da vida...
dispo-me de tudo o que me tolhe os movimentos e a cabeça...
dispo-me, completa e simplesmente...
Dispo tudo o que me pesa...
largo-o no chão, e passo-lhe por cima...
Abro-te os braços e entrego-me assim...
sem nada que me cubra, ou encubra...
corpo nú e puro...
corpo que te quer e te deseja...
corpo que anseia sentir-te...
corpo que te dá prazer e quer o teu...
Apenas corpo...
Quero-te assim...
tão despido quanto eu...
apenas corpo...
apenas...
tu...
Deixa-me tocar-te a alma nua...

7 de janeiro de 2008

Mas quando te vejo, meu Anjo...



Giorgi




Quando o grito sai, rouco da alma

O chão treme, o mundo pára

O Universo estremece


Todos sentem a angústia

Todos sentem a tristeza

Ninguém sabe a razão



Mas quando os olhos te vêem

A lágrima que rola seca na alma,

o grito prende-se na garganta

o peito insufla de alegria




tu meu amor ao me afagares o corpo

dás-me a vida que necessito,

ao abraçares o meu corpo

alimentas-me a alma,

ao beijares a minha boca

agigantas o meu coração.



Como é bom ter-te a meu lado

6 de janeiro de 2008

Inconfessável...



Inconfessável é a vontade de gritar,

a fome de um abraço,

a sede de um beijo,

a vontade de um corpo encostado ao meu.


Inconfessável é o grito calado na garganta,

o peito apertado,

o coração pequenino,

o vazio enorme na alma.


Inconfessáveis são as lágrimas,

que nem a alma lavam,

que nem aliviam o peito,

que me queimam por dentro e por fora.


Inconfessável é a vontade que tenho de ti... ah oui!


5 de janeiro de 2008

Arco-íris





Finalmente, com ele já meio restabelecido

os arcos-íris voltaram mais nítidos,

quando para mim se inclinou para me beijar

E fiz-me difícil, para prolongar, um pouco, só um pouco,

aquela sensação de saber ser o fim da dolorosa espera.

O CD era das Sonatas de Beethoven

Que nos trazem uma paz, um optimismo, uma esperança…

Mesmo sabendo que amanhã volta a espera.

Os pensamentos interrompidos por outra sensação,

A que subia pela minha perna, e se anichava

Enquanto uma voz rouca me ia repetindo

Como te quero minha Roxanne adorada

E eu perdida, como sempre, sem querer ter

Outra vontade que a sua, deixava-me afagar.

Ah! Como os carros podem ser inconfortáveis.

4 de janeiro de 2008

Cansada, tão cansada



Yuri Bonder


Cansada de o esperar,

esta noite tive-o nos meus braços

foi nos meus braços que o tive.

lembro-me bem como o apertava,

tão cansada de esperar por ele,

de encontro ao meu corpo nu, e o deixava dormir.

como o afagava, enquanto cheio de febre delirava.

Como com amor o tratava e ele se restabelecia

A meio da noite era nos braços dele que dormia.

Quando acordámos, ainda tão cansada e ele me queria.

Como sonhar com ele, mais uma vez

às vezes pode ser aberta a ferida.

2 de janeiro de 2008

Ah... Oui!!!



Toujour je suis completement folle...


Vive la vie


Vive la joie


Hic!!!


Pardon...

1 de janeiro de 2008

Minuto zero do resto das nossas vidas



Cécile Broz


Um Ano Novo inteirinho, branquinho para nele inscrever

Sensações? Sentimentos? Alegrias? Tristezas?



Amor, a noite foi correndo desiludida,

amorfa por já estar a tentar gelar o sentimento,

porque o melhor a fazer é congelá-lo

para o sofrimento não aparecer.

Depois houve a tua voz que me veio lembrar…


As tuas mãos percorriam-me e os arrepios

Vindos do fundo das costas,

que subiam em vagas sucessivas,

que na nuca começavam a rebentar para,

quando ao topo da cabeça chegavam

explodirem com força junto à área,

fazendo com que as sensações

encharcassem o mundo, que não estava presente,

mas que sabíamos nos amaldiçoava.

Lembrar-me dos arcos-íris que os teus beijos provocam

Ah! lembrar a tua voz surrando,

surrando tão baixinho, ao meu ouvido

– estou a dar-te prazer meu amor?

E depois rebentar em estrelas por todo o universo.


À nossa Amor!

Que faremos da vida?



O novo ano chegou, mas a alegria não veio com ele, como poderia vir, sou mesmo louca, a alegria é algo que vem de dentro de nós e eu perdi a minha à muito.


O jantar foi calmo, quase silencioso, com um constrangimento pairando no ar... a conversa quase formal, sem nada de animado ou de festivo... já não consigo apreciar grandes confusões, também nem companhia teria para uma grande festa... sou quase uma estranha nesta cidade, e quase uma estrangeira em qualquer lado...


Depois, este meu olhar perdido não aproxima ninguém, nem se aproxima de ninguém...


O vinho estava excelente, requintado, macio... queria beber demais, mas nem isso me apetecia, por isso bebi moderamente... quando a meia-noite chegou ainda nem tinhamos aberto a garrafa do Champanhe... sorvi uns golinhos da minha flutte depois de fazer um brinde ao ano novo, mas nem aquelas bolhinhas de que gosto tanto me subiram à cabeça...


Quando por fim fiquei só abandonei-me no sofá a beber mais uns golos em silêncio... a casa está quente, mas o meu coração está frio e pequenino... ah mon petit coeur... tous est ailleurs...


Je ne dors plus

Je te desire

Prends moi

Je suis a toi

Je veux aller au bout de me fantasmes

Je sais que c'est interdit

Je suis folle.

Je m'abandonne

Je suis la et ailleurs

Je n'ai plus rien

Je deviens folle

Je m'abandonne