28 de abril de 2008

Fim de semana prolongado




A "nossa" Pousada em Santa Clara-a-Velha


Rapidamente arranjei o saco, quando me propuseste irmos passar

este fim de semana prolongado a qualquer sítio, só os dois.

Partimos para aquela Pousada

em frente à barragem que é o nosso esconderijo,

onde tantas vezes nos perdemos um no outro.

Alentejo, onde sabes que a minha sensibilidade fica à flor da pele.

Estou com a pele dourada, à qual nunca resistis-te,

porque tenho mais tempo para aproveitar este Sol.

A Pousada, nestes dias, quase vazia, tendo ficado

a piscina só por nossa conta.

Agarrada à sua borda, fora de pé, desfrutando da vista maravilhosa,

água a perder de vista aos nossos pés,

vieste por trás e abraçaste-me,

afagando todo o meu corpo vestido com reduzido bikini.

Deixei-me ficar, pele arrepiada como só tu me consegues pôr,

é sempre a primeira vez, anos passados,

a excitação, os sentidos despertos, toda para ti voltada,

paixão, amor profundo e ternura, que só os anos dão, extravasada.

Deixei-me ficar a saborear o que sempre em mim provocaste.

As tuas mãos habilidosas, que a geografia

do meu corpo sabem de cor,

foram descendo baixando as calcinhas do bikini,

enquanto gemia de prazer aumentado

pelo amor que nos temos, que sempre nos uniu,

eu baixava o teu fato de banho afagando a

tua imensa excitação.

Mãos, as tuas, que se foram passeando,

afagando e penetrando,

enquanto perdida em ti me roçava,

baixo gemendo que não parasses.

Viraste-me de frente, encaixaste-me em ti,

braços em volta do teu pescoço, eu sem pé,

tu com eles no chão bem fincados,

ondulando em ti, a água saltando à nossa volta

pelos nossos, sempre tão bem sincronizados, movimentos.

Gememos, gritámos, explodindo em prazer fundidos.

Com ternura vestiste-me as calcinhas, que boiavam,

para da piscina podermos sair.

Enrolaste-me a toalha à volta do corpo,

com urgência ao meu ouvido murmuraste

– anda depressa para o quarto.

23 de abril de 2008

DE BOLEIA





Quadro de Fabiam Perez


Lá ia de saia travada, ar circunspecto, corpo proporcionado, pernas perfeitas.

Não era bonita, mas tinha aquele ar desenvolto, que tem a mulher que sabe que

é bela, interessante, com meio sorriso como quem sorri para si, contente com o

que sabe que é.

Pára um carro junto a ela e elogiam-na, ela imperturbável continua o seu

caminho.

Arranca o carro e segue-a, tão devagar quanto depressa ela anda, passo elástico.

Alguém de dentro do carro, depois de várias tentativas de meter conversa, que a

fazem sorrir, lhe diz que só querem dar-lhe os parabéns pela beleza do seu

andar.

Pelos ombros que tremem, percebem que se ri.

Um sai do carro, e ela mais branda, vira-se e agradece.

É então convidada a entrar no carro, onde se enfia, no meio das gargalhadas

contentes de todos eles.

Ela sorri, deixa que a beijem e oferece-se às mãos vorazes que a calcorreiam.

Desfaz-se em prazer, quando os sente por todo o lado, ora ali a abrirem-lhe as

pernas, ora penetrando-a por trás. enquanto outro lhe puxa a cabeça para trás e

lho enfia até á garganta, sufocando o grito que lhe saía.

E ela a todos satisfaz, ficando satisfeita também.

18 de abril de 2008

Inconfessáveis...



Inconfessável é o desejo enorme de ficar nos teus braços...

de me deixar embalar, enroscar e perder neles...


Inconfessável é o teu toque que fica na minha pele...

o teu cheiro no meu corpo, o teu olhar...

o teu gosto na minha boca, os beijos, os lábios, a língua...


Inconfessável é a vontade de te pegar pela mão e fugir...
...

13 de abril de 2008

SEM TI









Depois do esforço, os músculos doridos, o corpo suado, tentando enganar a

falta que me fazes, o banho soube-me bem, a água a escorrer-me pelo corpo

tirando-me parte das dores e do suor o salgado.

Os cigarros estavam ali mesmo ao lado parecendo chamar por mim, esse

vício que adoro e sem resistir, foi o tempo de começar a me enxugar, as

mãos secar e dar a primeira passa do dia, puxada intensamente com prazer

de a quem a nicotina faz falta.

Como me sabe bem o primeiro cigarro do dia, por me pôr a cabeça leve, por

me recolocar no corpo.

Fiquei a olhar as pérolas de água que ainda no meu corpo restavam, que

sempre me fascinam por não escorrerem, como fosse natural ali ficarem

a relembrar tempos e fiquei, repentinamente, a sentir os teus gestos,

quando com cuidado o corpo me secavas depois de nos termos perdido pelo

espaço e de nos braços um do outro, nos termos reencontrado.

Embrulhavas-me primeiro na toalha, traçava-la em frente ao peito, e

abraçavas-me como o mundo fosse acabar de ali a instantes, apertando-me

entre os teus braços de onde nunca quis sair.

No fundo, era ali que nos despedíamos, mas devagarinho ias-me secando.

As costas primeiro, porque o pescoço já o tinhas secado com a tua boca,

sentindo o quanto me arrepiavas e logo depois o rabo, e eu perdida de riso,

porque sempre achava graça, à geografia que do meu corpo tinhas.

Logo de seguida agarravas-me um braço, um ou outro tanto te fazia, era o

que mais jeito nesse momento te dava, pois só servia para mo levantares e

teres mais facilidade de ao meu peito chegares.

Mas quando o sentias, vibrante, sentia em ti também a excitação, para logo

pores a tua outra mão por cima da toalha, no meu ventre e continuavas

centímetro a centímetro a limpar-me, esquecendo quase de as mãos mexer,

sentindo, eu a ti encostada, o prazer que me davas.

Não resistindo deixavas então cair a toalha aos meus pés e de joelhos

começavas a secar-me as pernas, eu gemendo, enquanto continuavas, as

coxas abrindo para tu me poderes toda secar.

O momento divino tão esperado, quando beijando me secavas como ao

pescoço tinhas feito.

Quantas vezes, ali chegados, não recomeçámos….

Só a mim voltei, quando me lembrei de dar mais uma passa, e percebi que o

cigarro se tinha apagado e a cinza no chão tinha caído

5 de abril de 2008

RELEMBRAR





………e fiquei a relembrar cada momento….

a cama ainda com as marcas do teu corpo, os lençóis pelo chão espalhados

a manta pela ponta puxada, para não deixar arrefecer o calor que o teu corpo

tinha no meu deixado.

Sentia ainda a tua respiração ofegante, ouvia o teu interminável gemido

junto com o meu numa explosão dos sentidos.

Ainda ali estavas, olhos fechados para poder continuar a sentir as tuas mãos

que pelo meu corpo bailavam que se ia abrindo de prazer nos pontos onde

me tocavas, para te receber.

Chegado ao meu ventre, as pernas entreabri para poderes tocar e

me fazeres vir com o baile dos teus dedos sábios, escorrendo já para ti.

Enquanto tuas mãos ali brincavam, ias beijando as minhas coxas até a tua

língua sentir ardente, arrepio de prazer, arqueada para melhor me

saboreares,abocanhares,com jeito morderes, grito selvagem da garganta

saído, para de seguida voltares a lamber e sugar, gemido continuado,

ondas convulsivas meu corpo percorrendo, pedindo-te para

me penetrares pela indizível loucura que é sentir-te entrar como se o meu

corpo só existisse para tu o poderes usar, para com

o teu amor saciar parte do nosso desejo.

Devagar, ficaste mesmo à entrada gozando, obrigando-me a esperar,

sonhando com o momento em que por fim entraste profunda,

violentamente de vigor possuído,arrancando gemidos aos dois,

explosões no ar, gritos abafados e me fizeste tua,possuindo-me.

Quanto mais temos mais queremos e queríamos mais os dois, desejo sempre

adiado nunca saciados, marcas na cama, lençóis pelo ar, manta puxada,

olhos fechados,entrelaçados continuávamos no meu sonhar que

interrompeste para me chamar àrealidade. Eram horas de partir

1 de abril de 2008

Sonhar, um Impossível Sonho *








Se te lembrares do nosso primeiro encontro,

reconheces esta magia de podermos sonhar com o impossível sonho*.

Depois de me teres afagado o ventre, enquanto a ti encostada estava,

olhando uma magia parecida e por ela termos sido tocados,

foi com um beijo cheio de paixão, molhado, línguas entrelaçadas

que a selámos sem nos querer dela apartar.

Sonhar!....

Sonhei nesse dia, como fiquei a léguas da realidade, atingir as inacessíveis estrelas*

fazer parte desse cosmos que jamais tinha entrevisto, tocar o Sol sem me queimar,

beijar a face da Lua e voltar planando e perceber espantada

que tudo continuava no seu lugar, como nada se tivesse passado,

que o mundo rolava da mesma maneira como não nos tivéssemos encontrado,

que as pessoas olhavam para nós sem notar que me tinhas tocado

como não nos tivéssemos amado com loucura, matando um desejo nunca saciado.

As nossas mãos cruzadas para o corpo do outro afagar com ternura nunca antes imaginada,

enquanto nossos corações se desfaziam em doçura, caramelo, de chocolate recheado.

Murmúrios escorridos por nossos ouvidos, pescoço por língua molhado

o outro, por boca ardente beijado.

Conversas sempre diferentes nunca acabadas, pelo meio interrompidas

para nos podermos , mais uma vez amar paixão extravasada

pelo prazer que um ao outro damos, para mais tarde as retomar.

Sonhar o impossível sonho e a estrela inacessível tocar* é afinal a nossa realidade.



*”La Quête” do album L’Homme de la Mancha cantado por Jacques Brel

(Rever un impossible rêve,…..atteindre l’inaccessible étoile)