28 de fevereiro de 2008

Distâncias..



No quarto de hotel, aquecido, repouso sobre a cama, semi-nua, falando contigo ao telefone.
Estou longe e a distância pesa-me, mas a tua voz quente dá-me alento e mitiga a saudade.
- Que estás a fazer?
Descanso antes de ir jantar, estou estendida na cama…
- Vestida…?
Ahah, não! Meia nua…
- Hum, que inveja! Agora começava a beijar-te, devagar, a sentir o teu cheiro, o teu toque…
E depois, o jantar? Lá se ia, não era?
- Há lá coisa melhor para comer… como está ela, molhadinha…? Vai, toca-lhe…
Humm, não me tentes, daqui a nada tenho de ir jantar.
- Toca-lhe com um dedinho e diz-me como está…
…doida de saudades…mmm
- Isso, faz-lhe umas festinhas, faz de conta que sou eu…
Gaita, assim deixas-me louca… hummm… está doidinha por ti, uiiii
- Massaja-a devagarinho e vai-lhe metendo um dedinho, quero que te venhas para mim…
Huummm… malvado… pões-me em brasa… mmm
- É uma doida, adoro-a, …vá! …Não pares! …Quero-a toda…
Ahhhh
- Isso mesmo! Agora vai jantar sem tomar duche, para ficares a apreciar o cheiro… Adoro-te, até amanhã…
Malvado!

25 de fevereiro de 2008

Medo






Foto de Pablo Herrerías



Corri pelo corredor escuro, fugindo sei lá de quê,

mas o susto que em mim estava,

fez-me correr apavorada

Quanto mais avançava, o escuro cerrando-se em mim,

paredes apertando para me sufocar

Soluçando, chamei por ti

não me ouviste, não estavas

mas resposta não obti

Marcada, chorando fiquei, dobrada sobre mim

até sentir uns braços que me rodearam

apertando, chegando-me a si

deixei-me ficar, sem os reconhecer, deixei-me afagar

sem saber por quem, parando o choro sem saber como

Juntos ficámos, juntos abraçados, presos um ao outro

Quando devagar a inquietação voltou

Os gestos, inconscientes, já outros

cheios de desejo continuaram,

beijando-me a dobrada nuca, mãos afagando as coxas,

as costas, o peito, voltaram-me para lhe ver o rosto

De novo assustada, repeli, bati, esmurrei no corpo,

no ar, barafustei, gemi , chorei, o rosto não lhe vi

Chamei por ti, soluçando

soluçando, chamei por ti.

18 de fevereiro de 2008

Doze Palavras





Alain Dumas

Fui desafiada pela Cleópatra, para escrever as 12 palavras que mais gosto.

Ei-las:



Corrigia as alunas afagando-as, mão escorrendo pelas costas

parando no rabo, dedo vincando o rego,

enquanto com a outra levantava o queixo, parando no peito

massajando o mamilo, deixando-a cair pelo ventre,

atingindo o clitóris até agarrar a sua outra mão

massajando toda a zona, sussurrando ao ouvido da escolhida.

Chegada a minha vez, mandou a perna esquerda colocar

em cima da barra, dobrar e o pé esquerdo agarrar,

cabeça levantada, olhando o espelho.

Encostando-se às minhas costas, no meu peito

as suas mãos colocou, começando a afagar.

Rosto afogueado, tímida, vontade de fugir, a sua excitação senti.

Amolecendo, querendo, as suas mãos atingiram o meu centro.

Sentindo-me molhada, as outras mandou embora

mandando-me outro exercício fazer.

Ao meu olhar alucinado, respondeu uma gargalhada

Querias já acabar? Vais ter de fazer o resto da aula.

Fica de joelhos, coxas separadas, empurrando o peso até onde aguentares,

não tenhas medo que pela cintura te agarro.

Ajoelhou-se entre as minhas pernas, explicando-me onde devia parar,

por cima da roupa as suas mãos voltaram à minha vulva, ao meu rabo,

continuando a afagar, molhada, escorrendo, sempre sem parar,

esfregando-se em mim, eu sempre a esperar.

Agarrando-me violentamente pela cintura como se fosse penetrar

Virou-me, lambendo o meu pescoço, o queixo,

a sua boca aprisionou a minha, nunca deixando de me afagar.

O rio pelas minhas pernas escorria.

Foi quando deu a aula por acabada.

Fiquei no chão a gemer, a arfar,

as minhas mãos, com as pernas a apertar.



16 de fevereiro de 2008

Almoçando...


Almoçámos numa esplanada bonita, lado a lado e de costas para o mundo, as conversas eram mundanas, mas os olhos faiscavam de tesão. De quando em vez uma mão escorregava, levantando-me a rubra lã e tocando no corpo que todo se arrepiava, ou subindo acariciava-me o pescoço e o rosto, deixando-me a repousar encostada a ela.
O dia dos namorados já passou, mas isto parece um namoro pegado. Indiferentes ao mundo e aos demais, trocámos beijos e afagos discretos, uma mão na perna, um toque nas mamas, um beijo lambido nos dedos, ficava aqui a tarde toda, pensei, e daí talvez não…
Entrámos no carro e sabíamos que era hora de ir, aliás já era tarde…
Devia ter-te levado para um sítio mais sossegado… deixas-me louco… vê como me deixas… e fizeste escorregar suavemente a minha mão pelo teu peito abaixo, até o encontrar.
A palma da minha mão estremeceu quando o senti, quente, latejante, por cima das calças. Acariciei-o, encostando o meu rosto no teu, sussurrei-te: Agora abria-te as calças, lambia-o todo, para depois o devorar de uma vez só…
Pousei-te um beijo suave nos lábios e saí…

14 de fevereiro de 2008

Encontro



Talantbek Chekirov


Ver, sentir-te, rejuvenesce, dá-me vida

Por vezes com ternura infinita

outras com selvagem desejo, sem tino

com pressa, com alegria infinda

um ao outro nos despimos

Enlouquecido, aproveitaste

o lenço de seda que ao pescoço trazia

as mãos me amarraste,

enquanto que as tuas toda me percorriam.

Lambeste, os mamilos chupaste, beijaste,

o pescoço com a barba me roçaste

deixando-me no céu perdida

Sem te poder afagar, dominaste

como da minha casa fosses senhorio

Viraste, penetraste como querias

de frente, por trás, em pé, de gatas

E eu de prazer gritei, submetida.

12 de fevereiro de 2008

Viagem






Pelo mar avançámos cavalgando ondas de prazer

rodeados pelo sol, pelo céu, pelo vento

na praia fomos aportar, já a noite vinha descendo.

O repouso encontrou-nos enlaçados

para refeitos de novo recomeçarmos.

Transbordando de prazer, fomos nós desta vez,

que na praia provocámos as ondas que há no mar.

Pela energia provocada fomos em êxtase levados

até ao céu, até à lua, até ao vento

Amor gemeste, como gemeste, quando em ti sentada,

percebeste como completa me entregava

9 de fevereiro de 2008

Quero-te...





Os sons de Scherazade de Nijinsky enchem a sala,
lá fora apenas se ouve a chuva que pinga dos beirais...

Acendo languidamente um cigarro,
apetece-me o calor e o fumo à minha volta...
encosto a cabeça semicerrando os olhos,
sinto-te entrar ao som desta música...
sinto-te aproximar de mansinho...
os teus lábios no meu pescoço, na orelha...
essa língua molhando-me o ouvido...
os teus braços que me envolvem,
as tuas mãos no meu peito...

Não quero abrir os olhos, apenas sentir-te...
o teu corpo encostado ao meu, o teu calor...
viras-me, sinto os teus lábios nas minhas mamas,
beijando-as, lambendo-as,
deixando-as ainda mais erectas e duras,
molhadas da tua saliva...
brincas com elas, ora com a boca, ora com as mãos,
de olhos fixos nelas...

Os meus dedos percorrem-te os cabelos,
despenteando-os, apertando-te a nuca...
ficas ainda mais lindo assim despenteado nas minhas mãos,
perdes o ar composto e ficas uma tesão...

A tua boca vai descendo e as tuas mãos vão contornando a minha silhueta,
sinto-as agarrando-me o rabo e a tua língua no meu umbigo e descendo, descendo...
Pavarotti canta agora Nessum Dorma...
não, não vou dormir, quero sentir-te, não dormir...

Quero...

5 de fevereiro de 2008

Ménage à trois II



Elke Hesser


Gemia e vinha-me, enquanto ela continuava.

Ele aproximou-se de mim, começou a lamber-me o pescoço,

subindo até me alcançar a boca trincando a minha língua,

enquanto as suas mãos me afagavam o peito, gentilmente,

com a violência do beijo contrastando

mordi-o para guardar o prazer que sentia

magoado, meteu-o na minha boca

empurrando-o até ao fundo da garganta.

Chupei-o, ao ritmo que ela me imprimia

Primeiro devagar, depois veloz, desvairadamente

Retirou-o da minha boca e esguichou

molhando-me o peito , o ventre, na cara dela acabando,

que com a língua se lambia.

Então, rodou para que lhe fizesse o mesmo

comecei de a lamber, morder, gemendo ela agora

Ele penetrou-me, até ao fundo, sem se cansar

ali ficou num vai e vem enlouquecido

até me sentir quase inconsciente de tanto prazer.

Por cima de mim beijavam-se sofregamente.

De repente, sem aguentarmos, gritámos os três.

Pôs a mão na minha vulva e sentido-me estremecer

Riu-se, pressionou mais, e vendo-me

pronta para mais uma vez, disse com carinho

Ele já nada pode, se queres mais só comigo.

Recomeçámos

3 de fevereiro de 2008

A última fotografia




Foto de José Marafona


Quando viste o meu sorriso,

enquanto a trança desfazia,

foste aproximando, dizendo

que me ficava bem o branco vestido

Chegando perto, a perna me levantaste

pondo-a na posição da fotografia,

o vestido opalino escorregando,

afagos fizeste por dentro da coxa,

a máquina digital no rosto,

ias dando ordens para a posição

certa, que querias guardar…dizias

A sessão continuou, desapertaste o laço,

aprofundaste o meu sorriso,

o decote com as mãos aumentaste

Continuaste a pôr-me em pose

Já de lado, deitada, quase nua,

no tripé a máquina pousaste

para por trás me penetrares

Foi a última fotografia.

2 de fevereiro de 2008

Ménage á trois I





Depois de me ter aberto a porta, apresentou-me a Lila,

linda mulher que se aproximou de mim, ondeando.

Beijou-me o canto da boca e rapidamente me enlaçou,

quando viu o meu recuo apertou mais o braço que me rodeava a cintura,

mordeu-me a boca e quando gritei de dor, invadiu-a

enrolando a sua na minha língua, chupando e mordendo-a.

Tentando livrar-me, senti a sua mão explorando-me

entre as coxas violentamente, provando-me que era ela que dominava,

só então com um gemido de prazer abri as coxas.

Só abrandou o abraço quando lhe correspondi, querendo já ser dominada.

Parou olhou-me, arrancou-me a blusa, afagou-me o peito,

apertou-me os mamilos até quase gritar, enquanto ia dizendo

- miúda és bela e hoje vais aprender o que é ter prazer.

Vais aprender a ser mulher. Parou de repente e mandou

- olha para ele. Estava sentado com um copo de whisky na mão,

Olhando-nos, a sua excitação bem visível, só disse deita-a na cama.

Despiu-me, arrastando as mãos pelo meu corpo

E empurrando-me na cama me deitou

fui manipulada, beijada, chupada, lambida, sugada

-estás a gostar? Tu queres ter prazer, menina que nada sabe.

hoje faço de ti uma mulher está descansada,

beijando-me a vagina, violentamente estremeci

Ele começou-se vagarosamente a despir

senti a língua dela a invadir-me…

Gemi, empurrando a sua cabeça contra mim.