31 de maio de 2008

Arrepios II...



Subo ao quarto com a sensação de frio no corpo e de arrepio na pele… a temperatura agradável do quarto começa a reconfortar-me.

Tenho quase uma hora até ao jantar, meto-me debaixo de um duche bem quente, deixo-me ficar a saborear cada gota que me escorre pelo corpo aquecendo-o… preciso de tirar o arrepio daqueles olhos da minha pele…

Quando, por fim, saio já tenho 3 mensagens no telemóvel, vou respondendo:

Desço dentro de 10 minutos, podem ir andando para o restaurante.

Mais um jantar sem ti… fazes-me falta…

Visto uma roupa mais confortável, pego num agasalho e desço.

Jantamos e vamos planeando o dia seguinte, o telemóvel vai vibrando com uma mensagem ou outra e vou respondendo, sempre com a sensação de estar a ser observada… até que o vejo sentado ao balcão no bar…

Os olhos negros estão de novo postos em mim – respondo à mensagem

Provoca-o! - responde-me

Tonto! Sabes que não o faria…

Não consigo deixar de corar quando os nossos olhos se cruzam de novo…

Continuamos a conversar, já passa das 11h e ainda estamos à mesa…

- Preciso de fumar um cigarro, desculpem.

Decidem subir, deixando-me só. Procuro o empregado e peço-lhe um café e um whisky velho em balão aquecido, servido no terraço.

Sento-me confortavelmente num sofá de canto, a ouvir o mar e a saborear cada baforada do cigarro, de balão na mão… o telemóvel já parou de receber mensagens, e a minha mente dispersa-se…

O vapor ligeiramente aquecido do álcool tem o dom de me fazer voar, sinto-o nas narinas e nos lábios… fico a apreciar o seu gosto aveludado… apetecia-me uma massagem para libertar a tensão dos músculos, o duche não foi suficiente…

- Posso fazer-lhe companhia, agora…?

Só consigo vislumbrar-lhe o vulto à contra-luz, mas a voz ligeiramente rouca é inconfundível…

- Claro que sim, mas agora estou agasalhada… o risinho nervoso e incontido solta-se de novo.

- Já reparei que não precisa dos meus préstimos, mas tinha esperança que da companhia…

Sinto-lhe o tom trocista, espero que não tenha percebido que me fez corar de novo. Senta-se ao meu lado, próximo, demasiado próximo até… consigo sentir o calor da sua perna através da roupa, o cheiro da barba acabada de fazer, o perfume amadeirado, o brilho no olhar…

Mais uma vez, descaradamente, aquele olhar me observa, me perscruta agora o rosto… como se me quisesse ler o que me vai na alma… mais uma vez não consigo evitar o arrepio…

2 comentários:

claras disse...

Ah! Loulou!

que belos posts. Tão bem continuados. Fico a aguardar com impaciência a resposta.

mas sabes do que gostei? do whisky velho de balão aquecido!

Temos coisas tão parecidas.

beijo Loulou

Loulou disse...

Ah merci, ma chere

Veremos se Loulou tem tempo e inspiração para continuar a história...

Beijinhos querida