Fiquei a observá-la enquanto se dirigia para o elevador, o chamava, entrava nele.
Só um ultimo olhar, já com as portas a fechar denunciou a sua curiosidade.
Estaria sozinha? A fazer o quê, ali, a meio da semana? Não perdi de vista o percurso do elevador que parou no 5º piso. O mesmo em que estava hospedado. Apenas uma feliz coincidência.
Resolvi subir ao quarto, tomar um banho e rever as notas do trabalho desse dia, numa preparação do seguinte.
Tive por momentos a sensação de que, no quarto ao lado, alguém estava no duche. Até podia ser impressão minha. Seria ela? Nem sequer sabia o seu nome mas a verdade é que ocupava o meu pensamento.
O seu perfume, misturado com o seu cheiro tinha ficado no meu casaco. Indelével mas perceptível, pelo menos para mim que me lembrava dele.
Fiquei durante um bom bocado a trabalhar no quarto até decidir que não iria jantar mas apenas comer qualquer coisa no bar do hotel. 

Do balcão do bar conseguia vê-la.
Jantava, acompanhada de dois homens. Não me pareciam mais do que colegas.
Apenas quando o telemóvel avisava da chegada de um sms o seu rosto se iluminava um pouco mais.
Fui "apanhado" a olhar para ela numa dessas situações.
Uma expressão mista de gozo e constrangimento pela súbita partilha de intimidade surgiu no seu rosto.
Uma expressão mista de gozo e constrangimento pela súbita partilha de intimidade surgiu no seu rosto.
Não havia no entanto sinais de desagrado naquele olhar quando o desviou para responder à mensagem, senti-a corar ligeiramente quando respondeu.
Teve o cuidado de não deixar o olhar resvalar na minha direcção. Notei que tinha de se esforçar para o fazer...
O Ele
2 comentários:
Interessante... ;-)
Ah! estou a adorar!
e o suspense....o máximo
Que bem te sabes pôr na pele deles Loulou :)
beijinho
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