14 de julho de 2008

Arrepios XXIII...



Saí a porta do quarto e fui literalmente abalroada por um fulano alto e moreno.
O cheiro a banho acabado de tomar e a barba feita de fresco, sempre me atraíram.
Apeteceu-me meter com ele…

- É bombeiro?

- Perdão?

- Com tanta pressa pensei que houvesse fogo.

A gargalhada saiu-nos espontânea e simultânea, e os seus olhos escuros brilharam ainda mais. Entrámos no elevador e convidou-me para o acompanhar ao pequeno-almoço, quando lhe disse que ainda estava acompanhada respondeu-me, com ar sarcástico, que não tinha reparado… o seu olhar sedutor parecia rir-se…

Já na sala de refeições sentou-se sozinho perto da janela, mas virado para a mesa onde o meu “amigo” estava sentado com Ela… que fazia ela na mesa com ele…?

- Bom dia. Vejo que tem companhia, posso juntar-me?

- Estava à sua espera… deixe-me que a apresente…
o seu ar meio aflito foi evidente, nem sequer sabia o meu nome, apresentar…?

Ela estava agora vidrada no “bombeiro”, mal levantou os olhos para mim e piscou-me o olho…

- Bom dia, está muito fixa no bombeiro…

- Bom dia, bombeiro..!??

Não contive uma gargalhada, o que pareceu deixar o meu amigo ainda mais baralhado.

- Conhece-o…?

- De um encontrão no corredor… vinha com uma pressa que quase me deitava ao chão. Agora parece já não ter pressa nenhuma! Vou buscar comida, já volto.

Passei mesmo em frente do “apressadinho bombeiro” de olhos sedutores… que me seguiu até ao buffet…

- Afinal, parece que a sua companhia já arranjou outra parceira de mesa… podia ter tido a gentileza de comer comigo.

- Não me conhece… sou pouco dada a gentilezas… e para mais os seus olhos ainda não se despegaram da nossa “parceira de mesa”…

- Quem lhe diz que se despegaram de si…
disse enquanto roçava "acidentalmente” a mão nas minhas costas, provocando-me um arrepio.

Servi-me de umas frutas, um sumo, e umas fatias de queijo fresco que reguei generosamente com mel e voltei à mesa. Sentei-me a comer enquanto eles conversavam, de lado para a janela podia ver pelo canto do olho que “ele” não despegava os olhos de nós.

- Preciso de tomar um café a sério, não há por aqui um bom café?

1 comentário:

Anónimo disse...

Eh pah a outra baralhou e deu cartas mas tu conseguiste "ensalganhar" ainda mais. Acho que alguém ainda vai sair lixadinho desta história toda... só resta saber quem é o alguém :D