28 de junho de 2008

Arrepios XVI...



Porque será que os homens nos tomam todas por loiras…?

Fez-me esperar à porta do bar dizendo que estava atrasado, quando na realidade estava algures nas redondezas, provavelmente a observar-me… será que achou que não percebi…? Por coincidência até estava encostada no carro dele, mas nem se esforçou a explicar-se.

Mora longe e marca um jantar num hotel no Guincho… Agora diz-me que vai telefonar ao carro… pois… se não o tivesse visto pelo espelho a dirigir-se ao bar, pedir uma bebida e sair para a varanda… devo ter mesmo ar de loirinha!

Deve ser por isso que os homens gostam de mulheres burras, não vêem nada, não ouvem nada, não dão por nada…

O pianista toca agora com destreza o Summer Night, instintivamente olho para ele, que me retribui com um aceno de cabeça à laia de cumprimento… curiosamente a cara não me é estranha, mas como frequento vários bares de hotel deve ter-se já cruzado comigo noutro sítio.

Faço sinal ao barman para me trazer mais um whisky e para servir um ao pianista. Quando me entregou o copo fez um sorriso entre o trocista e o divertido… deves saber mais da minha companhia, do que eu alguma vez saberei…

X regressou à mesa, com o ar mais calmo do mundo, passados uns 15 minutos.

- Pensei que me tinha abandonado…

Desculpou-se com uma conhecida que encontrou, mas os seus olhos vinham agora mais expressivos, mais gulosos… seria pela conhecida, ou por estar mais descansado de não ser denunciado por alguma amiga da sua cada-vez-menos-mulher?

- Ao jantar tornou a responder-me a uma pergunta com outra, é um hábito seu?

- Pensei que a minha resposta estava implícita. Perguntou-me se eu estava à altura das minhas provocações. Eu perguntei-lhe se estava à altura das suas. Foi você quem não respondeu à minha pergunta.

Desta vez os seus olhos foram bem explícitos. Não abriu a boca, nem precisava ter aberto… não estivéssemos num sítio tão acompanhado e acho que se tinha atirado à minha boca ali mesmo!

Estendeu a mão e passou-me o cartão do quarto.
Olhei o cartão e os seus olhos negros, de novo, o olhar de tesão contrastava com o sorriso sacana de quem está à espera que eu me esquive. Adoro quando acham que já me conhecem…

- Vamos subir, ou está à espera de mais alguém… disse, enquanto me levantava e lhe virava as costas

- Cabra… ouvi-o sussurrar

5 comentários:

claras disse...

Porque acharão sempre que somos cabras seja no bom, seja no mau sentido?

Anónimo disse...

Porque não são inteligentes o suficiente para o serem também!!!
:P

claras disse...

risos
bem visto, foryou

Mister "X" disse...

Quando chamo "cabra" a alguém, é sempre no bom sentido. Quando não é, chamo outra coisa qualquer.

Anónimo disse...

Como somos diferentes... Eu por ex quando chamo cabr@o a algum, o único sentido que tem é ele ser mesmo!!!!! :P