8 de maio de 2008

Modelo II




Sebastia Boada

Dois dias depois voltou a telefonar-me, voz doce e mansa e pedir-me o favor de ir mais uma vez pousar porque queria acabar os ombros. Ri. Já ia nos ombros.
Disse-lhe que sim, que iria, mas que primeiro tinha de comprar fruta, porque tinha tido imensa fome, na sessão anterior. Ele respondeu que tinha pão, paio do melhor e vinho tinto, francamente bom. Mas eu queria comprar fruta e não perderia muito tempo com isso.

Quando cheguei, disse um olá desprendido, beijou-me a cara e levou-me ao seu quarto para me vestir. Ficou a olhar para mim, eu para ele, até perceber que não me ia despir, enquanto ali estivesse. Atirou um “pudica”, perguntou se era necessário fechar a porta e acenei que sim.
Tomei a posição, mas como não achou que estivesse bem, veio descer mais um pouco a camisa, afagando-me o peito com a mão. Arrepiei-me. Murmurou qualquer coisa parecida com desculpa, mas bem mais audível – não me consegui controlar –

Sorri dengosa, e lá foi ele pintar os ombros. Passado um bocadinho, um nadinha mesmo, ouço-o a dizer raios e coriscos e veio, de passada larga, encostar-se a mim passeando as suas mãos por onde podia. Fiquei muito quieta com medo que o momento acabasse, eu não queria dali sair. Mas ele ia murmurando que o desejo o possuía desde há dois dias, que não conseguia pintar enquanto não o saciasse. Virando-me para ele, a sua boca toda me percorreu. Desabotoou a saia, pegou-me ao colo e levou-me para o quarto de onde acabara de sair.

Sentou-se num pequeno sofá, ainda comigo ao colo, onde fiquei atravessada como fosse o seu piano, o prazer avassalador rebentando em explosões consecutivas. Com jeito levantou-se, ainda vestido, eu toda nua, enquanto desabotoava a camisa os seus olhos eram chamas, para os quais sorri, por ver tanto desejo recalcado. Sentiu-se provocado.
Enquanto me punha um pé em cima do sofá, ia-o acariciando e como ele gemia, o prazer dele pegando no meu. Foi nessa posição maravilhosa, que por trás me penetrou, enquanto as mãos não paravam de me tocar por onde mais prazer tinha.
Gritei sim e gritou ele comigo, quando explodimos os dois. Ficámos deitados os dois no chão, exaustos, abraçados, até ele me dizer que tinha de retomar a posição.

Contrariada, lá fui, mas pôs-me desta vez com os braço ao alto, e as mãos a agarrar o cabelo, dizendo com ar safado que era para quando tivesse sede, me poder afagar.
Passado uma hora, com os braços cansados, deixei-os cair, ele aproveitou a ocasião, para desta vez em cima da cama me saciar o desejo, enquanto murmurava – gostas mesmo disto –
Demorou o quadro a pintar mais de um mês de sessões diárias, prolongadas, em que era raro ir a casa. Nunca mais o vi.

7 comentários:

Anónimo disse...

Vocês mulheres são o diabo.Salvo seja!lololol
Tanta merda q "ai faz favor fecha a porta" pra depois se despirem no minuto a seguir e deixarem o pobre do homem maluco.Como não querias q o gajo fosse bruto?lololol
Hã,diz lá q não gostaste?lololol
Está fantástico Roxanne,mais 1 vez.
(Estou só a meter-me contigo lol)
Beijoca
JC

Anónimo disse...

Lembrei-me agora quando estava a fazer o comentário de baixo.
Mas para q raio querias tu a fruta?
Irra!Só complicam pá.
Beijo.lololol
JC

Mister "X" disse...

Isso é que foi uma pintura... Deve ter ficado uma obra de arte!!

claras disse...

A fruta, JC, foi para ser comidinha, e foi pouca, diga-se de passagem

claras disse...

Desempata!
Ah quanto tempo!

Ficou pois, uma obra de arte.

Loulou disse...

Um mês de pose...? LOL

Boa! ;-)

Beijinho, Roxanne

claras disse...

Por mim até podia ter sido mais, olha!

um mês de pose, pouca pose mais de outras coisas, também precisas que te explique tudo

ha!ha!ha!

Beijinho Loulou