2 de julho de 2008

Arrepios XVIII...

Pelos vistos a minha ausência teve os seus efeitos, mais que não seja o de a levar a fazer algo para recuperar o controle da situação.

"Ela" era daquelas pessoas que gosta de ter o comando na mão, mas não suporta ficar "por baixo". A partir daí...

A partir daí foi assinar a conta, tentando disfarçar o tremor das mãos, dirigir-me para o elevador sem perder a compostura e portar-me bem durante a curta viagem. Se por um lado me parecia um pouco "desafiante", o ar quase irritado ajudava a esconder algo mais: Tesão. Excitava-a a perspectiva de subir para um quarto de hotel com um estranho, mais ainda tendo sido dela a "iniciativa". Decidi ver até onde ia.

Chegamos ao quarto. O "Veuve Clicquot Ponsardin" já estava a "suar" no balde, como que por milagre. Deitou-lhe um olhar desconfiado e ao mesmo tempo desdenhoso. Estávamos num combate pela posse do "comando" que não era brincadeira, ou melhor: Ela comandava, eu deixava-a ir pelo caminho já preparado por mim. Isso irritava-a ainda mais. Esta mulher era especial e eu queria ver até que ponto era capaz de me surpreender. Limitei-me a abrir o "champagne" sem dizer muito, esboçando apenas um sorriso. Servi-o, um suave toque de copos, olhos nos olhos...

- Sei de um sítio onde o champagne sabe muito bem - disse eu, fazendo menção de me encaminhar para a varanda.

- Sei de outro onde sabe muito melhor...

Encaminhou-se para a casa-de-banho e começou a encher o jacuzzi. Voltou para o quarto, olhou-me nos olhos com uns olhos de criança, num sorriso sacana de mulher madura que sabe muito bem o que quer. Beijámo-nos. Beijámo-nos como se sempre o tivéssemos feito, como se os lábios estivessem habituados a encaixar, como se tudo estivesse habituado a interagir. O toque, a pele, o cheiro, tudo me parecia familiar. O Olhar... Um misto de "queres brincar comigo?" com "fode-me", foi algo que me prendeu imediatamente.

Desliguei o jacuzzi. Estava a introduzir demasiada confusão naquele ambiente. Acendi as velas da casa de banho. Enquanto se despia parecia lutar para aparentar uma segurança que estava longe de ter. Deixei-a entrar na enorme banheira e juntei-me a ela. Apenas o reflexo das velas, reflectido no espelhado da água permitia o contacto visual. Sentou-se no meio das minhas pernas, encaixando-se em mim, permitindo-me percorrê-la com as mãos. Pareceu relaxar e começar realmente a deixar-se ir. Já não era desafio mas sim prazer, tesão de sentir as mãos de um desconhecido a explorar o seu corpo.

As minhas recordações daquela noite foram interrompidas pela chegada da nossa "amiga" do dia anterior:


- Ainda quer companhia, ou hoje já desistiu?

- De modo nenhum, será um prazer. Porque haveria de desistir?

- Porque me convidou ontem? Posso saber?

- Não quer sentar-se primeiro? Assim parece que veio, não pela companhia, mas para inquirir. Permita-me... O que a levou a pensar que hoje desistiria do convite?

- Para começar, não entendi a motivação do convite...

- Já nos tínhamos visto no Moinho, depois aqui, ainda por cima com quem... Achei giro a coincidência e tive vontade de a conhecer. Não foi nada racional. Apenas um impulso. Foi má ideia?

Já tinha reparado na sua forma elegante de mexer no cabelo quando ficava tensa. Ficava-lhe bem. Fazia sobressair os olhos...


O Ele

2 comentários:

Anónimo disse...

Atão e a Ela??? Querem ver que o gajo a despachou...

claras disse...

Com uma gaja entre as pernas e pensa noutra?
Raios dos homens, chiça!