Sentara-se numa mesa junto ao muro. Poisou a mala e sobre a mesa a bebida que trouxera do balcão. Sorveu um golo do líquido avermelhado a saber a groselha com travo de rum.
Deixou-se ficar a olhar o mar azul, numa tonalidade característica de fim de dia, que a obrigava a vaguear em recordações.
Uma leve brisa provocou-lhe um arrepio, precisamente no momento em que um casal se aproximava.
Que chatice! Isto estava tão sossegado... pensou
Acabou por notar que passara despercebida. Uma árvore simpática encobria-a ou estariam ambos demasiado embrenhados no seu enamoramento.
Colocou o casaco sobre os ombros, aconchegou-se melhor na cadeira e preparava-se para retomar a vaga de pensamentos interrompida, quando novo arrepio a assolou. Os lábios de ambos acabavam de se roçar, até se transformarem num beijo sofrego e demorado.
Susteve a respiração, num acto quase caricato de quem não quer ser apanhada. Aninhou-se ainda mais na cadeira, por trás da cumplicidade da árvore, mas não desviou o olhar.
A mão esquerda dele percorria-lhe agora a perna, sobre o tecido fino do vestido. Quase conseguia sentir o calor da mão, a sensualidade dos lábios, a humidade da língua...
Por um instante cruzou-se com os negros olhos. Arrepiada, do frio ou da excitação, vestiu o casaco, sem deixar de o fixar...
A Outra
3 comentários:
ui ui isto está a aquecer...
Querem lá ver que ainda vai andar tudo à chapada?!...
ahahahahah
E a chapada é boa para arrefecer? Pensei que a noite estivesse a ficar fresca, sabes como é para os lados de Sintra...
Estou como a foryou
Está a aquecer!
e eu continuo arrepiada...
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