21 de junho de 2008

Arrepios XI...



Os olhares tinham-se tornado bem mais descontraídos e expressivos… se por um lado sentia que me observava cada movimento, cada reacção, por outro a forma como “falavam”, aqueles olhos negros, era cada vez mais intensa.

Senti uma mão que me pousou no pescoço, as caras que se aproximavam, quase imperceptivelmente, até os lábios se tocarem… suaves, macios, gentis… mas logo a carícia se transformou em beijo intenso, devorador… as bocas pareciam ter ficado coladas por uma qualquer força de atracção, sentia-me incapaz de me afastar, arrastada por uma onda de prazer, quase a levitar…

Uma mão segurava-me fortemente o pescoço, como se tivesse medo que fugisse, enquanto a outra me acariciava a perna, subindo devagar, deliberadamente, aumentando o arrepio…

Aquela boca, aquela língua, aquele beijo… tudo me parecia familiar, até a intensidade voraz, incontida… como se o mundo fosse acabar e nada mais existisse!

Libertou-me o pescoço, foi descendo a mão direita, acariciando-me os ombros, as costas… e descendo, até quase se encontrar com a esquerda, fechando-me num abraço vigoroso que me apertava contra o seu peito… sentia-lhe o coração bater forte, descompassado, numa aceleração só comparável à força daquele beijo...

Quando por fim descolámos as bocas, à nossa volta a noite quase se tinha instalado já… tinha a pele arrepiada, mas já nem conseguia distinguir bem porquê… sentia-me tremer, mas não conseguia perceber se apenas por dentro, ou se no exterior também.

Olhou-me fixamente nos olhos, tinha agora uma expressão totalmente diferente, onde passavam laivos de satisfação, de carinho, à mistura com alguma confusão. Sem falar sequer, levantamo-nos, pôs-me novamente o seu casaco quentinho pelos ombros e abraçou-me fortemente de encontro ao peito.

- Vamos jantar, a noite está fresca e está a ficar gelada.

Não consegui responder, estava de tal forma anestesiada que só dei por chegarmos ao carro, encostei-me na porta, meia a cambalear, quando me soltou debaixo do seu braço… agarrou-me suavemente no queixo e levantou-o, para me fixar os olhos de novo, pousou um beijo suave nos meus lábios e abriu a porta, enquanto me sussurrava no ouvido:

- Vamos, senão não resisto…

Descíamos agora a minha estrada favorita, já com a lua a espalhar sobre o Guincho os seus raios prateados… a noite estava divina!


6 comentários:

claras disse...

O que eu gosto dessa estrada, também

e as vezes que a tenho feito.
O Moinho é mágico, ninguém lhe foge....

Loulou disse...

Roxanne

Mágico o Moínho, a vista e a mais bela estrada que conheço...

E mágicos se tornam os momentos por lá passados!

Beijinho

Anónimo disse...

Quê???? Não houve chapada nem pontapé??? Bbbbhhhhhaaaa assim não tem piada!!!

Anónimo disse...

Foryou

Quem disse que não houve pontapés... calma, mulher!!!

lol

carpe vitam! disse...

ui... tantos arrepios! que subtil requinte é esse nas palavras, a tocar assim ao de leve, num lento crescendo de intensidade... esse delicioso suspense de saber o que vai acontecer, mas querer sabê-lo ao mais ínfimo pormenor... ainda estou para decobrir!

Anónimo disse...

Ich denke, dass Sie nicht recht sind. Ich kann die Position verteidigen. Schreiben Sie mir in PM, wir werden reden. cialis nebenwirkungen levitra kaufen [url=http//t7-isis.org]cialis online[/url]