17 de junho de 2008

Arrepios VIII...



- Não é um pouco longe? Eu nem sequer trouxe carro…


- Não se esqueça que prometeu sair da cidade, vai ver que até lhe sabe bem o passeio!


Disse, enquanto passava o braço, roçando-o suavemente nas minhas costas, para abrir a porta do carro… o arrepio que me provocou era inexplicável, raios!... Só então percebi que me tinha encostado mesmo no carro dele, que coisa!


Pelo caminho os meus olhos vagueavam perdidos na paisagem, enquanto do pensamento não me saía o arrepio da pele…


- É sempre assim tão silenciosa? Prefere que ponha um pouco de música?


- Desculpe, estava perdida nos meus pensamentos, e a ser indelicada… não estou mesmo grande companhia!


- Vai continuar a desculpar-se a noite toda, ou vai deixar-me tentar animá-la? Tem um sorriso tão especial, não entendo porque o esconde tanto.


- Desc… hihihi, já me ia a sair outra vez… lido com pessoas o tempo todo e tenho de lhes sorrir, quando descontraio o sorriso desaparece.


- Isso não é verdade… já a vi sorrir sozinha…


Subíamos a serra, com o mar e o Guincho à nossa esquerda.


- Adoro esta estrada! Deve ser a mais bonita estrada portuguesa, senão a mais bela da Europa.


- Vale a pena, só para lhe devolver o sorriso percorria-a vezes sem conta!


Levantou a mão em direcção ao meu rosto e afastou-me uma madeixa de cabelo que lhe encobria o campo de visão. Senti a suavidade e a avidez com que o fez, o à-vontade com que me tocou, pele na pele, como quem beija com a mão… de novo o arrepio, de novo…


Entrámos por uma estrada de terra batida e parámos junto de um moinho, de frente para o mar. A vista era deslumbrante! O Guincho resplandecia de sol, o mar estava de um azul intenso, apetecia ficar ali a olhar, simplesmente.


- Vamos? Disse enquanto me abria a porta.


Passou-me o braço por cima do ombro enquanto me ia indicando o caminho, pelo meio da vegetação, descobrindo-me aos olhos uma esplanada cheia de recantos e praticamente vazia àquela hora, sentámo-nos num deles, de frente para o mar, confortavelmente instalados, com um fim de tarde que começava a ganhar tons rubros.


- Os seus olhos perdem-se sempre no mar!


Olhei-o de frente, os olhos negros pareciam ainda mais profundos, assim fixos em mim...

4 comentários:

foryou disse...

Já começam a irritar! Nem atam nem desatam! Nem coiso nem deixam coiso!! Ai o caraças... daqui a pouco empurro-vos! :P

Anónimo disse...

Ahahahaha

Vem lá empurrar, Foryou!

Uma ajudinha dá sempre jeito ;-)

Beijoquinhas

Anónimo disse...

Hã???? empurrar??? Nem me atrevo a perguntar o quê... :S

Oiça vá pedir ajuda para o...........

Loulou disse...

Foryou

Pedir para o... ou pedir ao...???

LOL